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O Primeiro ODS – Tentativa da Erradicação da Fome no Brasil
O Primeiro ODS – Tentativa da Erradicação da Fome no Brasil

“Quem tem fome tem pressa”, esta célebre frase dita pelo sociólogo Hebert de Souza, ou, simplesmente Betinho, representa um legado que deve ser lembrado por todos os brasileiros.

Betinho foi fundador, em 1993, da Ação da Cidadania contra a Fome, a Miséria e pela Vida, a primeira grande campanha nacional da sociedade civil sobre o tema. Tinha como objetivo central, mobilizar diversos segmentos da sociedade na busca de melhorias assistenciais, com a criação de comitês locais e estímulos à participação cidadã.

Essa atitude foi pioneira no combate a fome, que consequentemente traz consigo melhoras na questão da pobreza. Foi uma verdadeira mudança de paradigma na sociedade civil da época.

Como estratégia Betinho e vários artistas e personalidades influentes da época foram à TV e aos jornais com o intuito de estimular os brasileiros a fazer o que estivesse ao alcance de cada um, para que o problema da fome fosse resolvido. Para se ter noção, naquela altura 32 milhões de brasileiros estavam abaixo da linha da pobreza, segundo o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada).

Foi a partir desta iniciativa do sociólogo que o Brasil e o povo brasileiro começaram a olhar com maior preocupação para a questão da fome, tornando o Brasil pioneiro em estratégias e na criação de programas sociais que visam acabar com a fome, unindo setor público e privado. Tema este que seria abordado muitos anos depois, no primeiro Objetivo de Desenvolvimento Sustentável da ONU.

A partir de Betinho, os governos brasileiros começaram a lançar programas de combate a fome, como o Programa Fome Zero que foi criado em 2003,  e visava garantir o acesso à alimentação para todas as pessoas, especialmente aquelas em situação de vulnerabilidade social.

O programa levou a criação de outras políticas públicas, tal qual o Bolsa Família, que foi relançado recentemente, substituindo o Auxílio Brasil. Tendo por objetivo auxiliar financeiramente famílias em situação de pobreza e extrema pobreza.

Também existe o Programa Nacional de Alimentação Escolar, de caráter universal e gratuito, que está presente em todos os municípios do país e viabiliza o fornecimento de aproximadamente 50 milhões de refeições diárias. Um dado interessante é que cerca de 30% de todas as compras da merenda escolar vêm da agricultura familiar.

Além disso, o governo tem investido em ações que visam a promoção da segurança alimentar e nutricional, como a implantação de hortas comunitárias e a criação do SISAN (Sistema Nacional de Segurança Alimentar e Nutricional), que tem como objetivo garantir o acesso a alimentos saudáveis e de qualidade para toda a população.

Apesar de todos esses esforços, o Brasil pós-covid voltou a aparecer no mapa da fome do mundo. Segundo o Inquérito Nacional sobre Insegurança Alimentar, 33,1 milhões de pessoas não tem refeições garantidas diariamente.

Assim como Betinho fez há quase 30 anos, o primeiro passo que a população comum pode adotar é a preocupação com o tema, e consequentemente, aderir estratégias simples como o não desperdício de alimentos dentro e fora de casa.

Unidos podemos vencer esse mal que assombra o país há tanto tempo.

Vamos juntos?

 

Fontes: Governo Federal do Brasil, IPEA

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